quarta-feira, março 26, 2008

Será que alguém percebe?

Porque eu não percebo de certeza. Já dei voltas e voltas ao miolo e mesmo assim continuo sem perceber. Continuo sem perceber porque é que Scolari não convoca Ricardo apenas e só para jogar contra a Inglaterra... Não percebo, juro que não percebo.

terça-feira, março 25, 2008

Rock & Sensuality


Garbage - I Think I'm Paranoid (1999)

On its way...

Cinquenta milimetros de ângulo é pouco, eu sei. Mas 1.8 de abertura é o mais perto que uma máquina fotográfica pode estar da "visão" de um morcego... Por 150 euros, é claro. Houvesse uma maior abundância monetária e seria esta lente que estaria a caminho. Os meus pais também já me disseram que mais vale comprar um carro, mas mesmo assim continuo a achar que a minha humilde D70s gasta menos aos 100. E tem todos os extras.

segunda-feira, março 24, 2008

Mitologia para principiantes

Sísifo, por ser um chibo de primeira água e por ter enganado Tânatos (a Morte) umas quantas vezes, foi condenado por Zeus, o implacável e supremo juiz, a carregar uma enorme pedra para cima de um monte durante toda a eternidade. Isto tem muito mais piada tendo em conta que cada vez que Sísifo estava perto do cume a pedra rebolava invariavelmente até ao ponto de partida e o pobre Sísifo, depois de comer uma buchinha e fumar um cigarrinho, lá ia outra vez começar tudo de novo na vã esperança de um dia o raio do calhau conseguir chegar lá acima. Ora, não há registos que isso alguma vez tenha acontecido. O que aconteceu mesmo foi que Zeus, na sua infinita sabedoria, deu-lhe uma abébiazinha não isenta de humilhação: obrigou Sísifo a usar um penteado ordinário e a treinar o Sporting Clube de Portugal a coberto de uma identidade falsa. Aposto que desde Sábado passado anda pelo chão do seu Olimpo a rebolar de tanto rir.

* * *

Comentário recebido via e-mail:

"Chaval farto-me de rir a ver as tuas divagações futebolisticas no blog, és o Poncio Monteiro dos lagartos de certeza (...)"

Acreditem, vivo para estas merdas.

quinta-feira, março 20, 2008

Outra fita de 2008 - 10.000 AC


A maior parte da crítica arrasa este filme. Mas é preciso ter calma. Antes de mais há que referir duas premissas que o leitor deve ter em conta antes de ver o filme, este ou outro qualquer: primeiro, nem todos os filmes podem ser obras de arte clássica. O Cinema seria a expressão de arte mais aborrecida do mundo se todos os filmes fossem clássicos suecos dos anos 70 ou fossem realizados por discípulos de Manoel Oliveira; segundo, a menos que o filme tenha um rótulo a dizer "Documentário" não é, portanto, um documentário, sendo acima de tudo uma obra de ficção (inspirada em factos reais ou não) onde o realizador tem toda a liberdade de contar a história como bem entender. E se lhe apetecer misturar mamutes com civilizações pré-colombianas pois que os misture, se for essa a sua vontade.
Também não vejo problemas nenhuns em terríveis avestruzes carnívoras que trepem árvores: ora se os bichos em questão vivem num habitat apinhado delas é lógico que estejam habituadas as perseguir presas árvores acima, ou não?

Outra questão de credibilidade apontada pelos críticos é a questão espaço-tempo. Segundo eles, os iluminados críticos, os críticos-messias que vêm salvar a humanidade da ignorância, D'Leh, o herói atravessa montanhas, uma savana e uma selva tropical no espaço de poucos dias quando deveria demorar meses. Bem, claramente quem diz isto nunca ouviu falar na Patagónia ou no Chile onde convivem as mais frondosas florestas com as mais íngremes montanhas que por sua vez convivem com os mais desolados desertos numa área pouco maior que a França e a Itália juntas. Um desses críticos, um desses génios, chegou mesmo a dizer que a Idade do Gelo é mais verosímil que o 10.000 AC. Ora se isto não é ser estúpido que nem uma porta não sei o que será. Apesar de o senhor em causa poder estar certo são coisas que não se dizem pela simples razão de que induz o povinho em erro. E porquê? Porque na Idade do Gelo há marcadas referências à Evolução de Darwin e a acção localiza-se numa altura precisa da História enquanto 10.000 AC não tem nada disso! É um obra de ficção, raios! Aliás, o título só serve para dizer ao público que a acção decorre antes do nascimento de Cristo e, tanto quanto se sabe, até podia ser durante o ano do seu nascimento. Havia pirâmides a serem construídas nessa altura. Ainda havia, e há, tribos caçadoras-colectoras que viviam, e ainda vivem, perto de civilizações muito mais avançadas. Sobretudo nesta parte não vejo qualquer vacilação no índice de verosimilhança.
O que já não deveria haver mesmo era tigres dentes-de-sabre e mamutes. E o que não havia de certeza, mas de certeza mesmo, era tribos de caçadores-colectores a falarem um inglês perfeito. Frases simples, atestando, aliás, a pobreza dos diálogos. Uma vez que só uma tribo e mais um personagem falam inglês, todas as outras têm o seu dialecto, comum ou não, não se percebe porque não puseram essa tribo e o outro bacano a falar um dialecto diferente. Acho que este é mesmo o ponto mais desfavorável da coisa.

Resumindo: é um filme razoável, longe de vir a ser um clássico. Visualmente grandioso sem ser demasiado ostensivo. A história tem lacunas mas nada de muito grave; é uma história leve, sobre coragem, sobrevivência e amor, com profecias, atlantes fascistas, mamutes e tigres dente-de-sabre à mistura. É muito bom para uma tarde de domingo: 3,5 em 5

quarta-feira, março 19, 2008

Parabéns ao Hot Clube Portugal

Sessenta anos de existência é obra. Tendo em conta que sobreviveu a uma ditadura fascista, que desprezava o jazz como a um cão sarnoso, os 60 anos do Hot Clube, o clube de jazz mais antigo do mundo, ficam ainda maiores. Parabéns então a João Vilas-Boas, o fundador, o sócio número 1, e a todos os que lá tocaram, aos que lá se embebedaram, aos que lá fornicaram, aos que lá se drogaram, aos que lá estiveram ou mesmo àqueles que ficaram à porta, no nº39 da Praça da Alegria em Lisboa. Parabéns a todos, principalmente ao que os une e à essência do Hot Clube: o jazz; essa música de selvagens alucinadamente geniais.




Miles Davis at the Isle Of Wight (1970) - "Call It What You Like" *

(*): Quando perguntaram a Davis o nome da música foi precisamente esta a resposta dele.
Note-se ainda presença em palco da divina constelação do jazz: Keith Jarret, Chick Corea, Dave Holland, Airto Moreira, Jack DeJohnette e Gary Bartz.

Obituário: Arthur C. Clarke (1917-2008)

Escreveu, escreveu, escreveu. Projectou, criou e sobretudo imaginou. Pouco interessa o que fez quando comparado ao que a sua imaginação era capaz de criar. Como obra máxima dessa incansável imaginação deixa-nos a maior aventura de sempre: a viagem da própria humanidade em 2001: Odisseia No Espaço, que saltou para a tela de cinema com um valente empurrão de Stanley Kubrick. E por fim lá vai ele. Do Sri Lanka em vivia desde 1956 em direcção às galáxias distantes, aos planetas exóticos, às supernovas, aos quasares, aos pulsares e aos cometas radiosos que sempre giraram por detrás daqueles olhos penetrantes cheios de Tudo. Cheios com o Universo, cheios com Vida.

terça-feira, março 18, 2008

Entrando no espírito da coisa...

"Oh captain, my captain"

Ao ser-lhe atribuída a braçadeira de capitão em tão tenra idade poder-se-ia pensar que o jovem, por ser tão jovem, soçobraria debaixo do peso da responsabilidade de ter de capitanear um símbolo como aquele. No entanto o jovem não soçobrou; muito pelo contrário: cresceu. O jovem fez-se um homenzinho, pequeno de tamanho mas gigante em futebol, em garra, em vontade. O jovem tornou-se, na sua essência, um verdadeiro capitão.

Lembro-me do que suou para tentar fazer esquecer Fábio Rochemback, outrora patrão indiscutível das lides centrocampistas do Sporting. Já na altura comovia pelo seu empenho com apenas 18 anos. Lembro-me que chegou a fazer duas épocas em que jogou todos os jogos a titular e sem ser substituído. Sacrificou-se inúmeras vezes pela equipa, levou porrada de criar bicho, jogou em posições menos confortáveis mas deu sempre, sempre o litro. A jogar a trinco desaparece, nem se dá por ele. Nem por ele, nem por grande parte do meio-campo adversário. A extremo falta-lhe a velocidade de Pereirinha, mas sobra-lhe a visão de jogo, os passes certeiros e as desmarcações tão brilhantes e improváveis que só Liedson, o velho Liedson, as entende e prevê. Mas a "número 10", meus amigos, a "número 10" é um verdadeiro luxo. So lhe faltavam os golos. Aqueles golos cheios de classe típicos de um centrocampista experiente. Faltavam. Pretérito perfeito. Ontem apareceu um desses. Muita calma, muita classe no canto da área. Um breve olhar. Balanço no pé direito. Peito do pé na bola e aí vai ela. A rodopiar, a rodopiar, a rodopiar e, perante o olhar atónito do guarda-redes, o golo. Euforia. O sorriso rasgado de um miúdo que acaba de mostrar aos graúdos que já sabe fazer umas coisas engraçadas como eles. O miúdo-capitão está crescido, caramba!

Depois de Figo e Rui Costa duvido muito que João Moutinho não seja o "número 10" que a Selecção Nacional tanto precisa. Não há, meus caros (exceptuando os supracitados "cotas"), nenhum médio atacante português a jogar tanto e tão bem como o puto Moutinho. Não há! E a quem disser o contrário chamo-lhe logo ignorante, energúmeno, herege e borra-botas, e não necessariamente por esta ordem.

domingo, março 16, 2008

As Titubeações de Óscar #4

"O meu tio tem para aí uns 200 patos. 50 são patas e o resto são gansos."

sábado, março 15, 2008

Beauty & Talent



The Corrs - Forgiven, Not Forgotten - MTV Unplugged

quarta-feira, março 12, 2008

3 Visões de 1 Som

Para algumas pessoas já não é segredo nenhum que adoro esta música. Não sei porquê, simplesmente há músicas que me caem no goto e esta é uma delas. E como me caiu no goto a mim, caiu no goto de muita gente. Se desconfia do que digo preste bem atenção ao que se passa aqui por baixo. Ah, já agora, esta música que me caiu no goto tem como título Baba O'Riley e é um original dos The Who datado de 1969. Nota: a expressão "cair no goto" acabou de me cair no goto.

A versão original (reparem bem nos penteados):




A versão dos Blue Man Group (sim, eles outra vez):






A versão dos Pearl Jam (Vedder e o seu instinto suicida)

Clicar acima para ver o vídeo (Embedding disabled... Grrrr!)


Palavra de que gosto*: Lupanar

do latim lupanar (que supresa); substantivo masculino (ah pois é, pensavam que era um verbo, não?) e significa nada mais, nada menos que:
  • Casa de protituição;
  • Bordel;
  • Alcoice (também gosto desta);
  • Prostíbulo (adoro esta).

(*): Apesar de não ser muito frequentador

terça-feira, março 11, 2008

Momento YouTube

Para quem ainda não viu, para quem viu mas não percebeu tudo e para quem viu, percebeu tudo e quer ver outra vez: Achmed the dead terrorist, agora com legendas.


Mitologia para principiantes

Zeus, por razões que agora pouco interessam, condenou Prometeu a 30.000 anos de tortura ínfame: foi acorrentado no cume do Cáucaso enquanto todos os dias uma águia depenicava o seu imortal fígado (estes deuses antigos eram eram levados da breca). Faz lembrar um certo Camacho cujo fígado também foi ignominiamente torturado por águias. Foi apenas por uns meses, mas acredito que seja coisa para aleijar.
Resta saber se Zeus Filipe Vieira vai continuar teimosamente a condenar mais titãs ao excruciante sofrimento de tentar ensinar Bynia a jogar futebol.

segunda-feira, março 10, 2008

Publicidade Institucional


À primeira vista não se nota, mas aqui este vosso fiel escriba, video jockey e fotógrafo também participa nesta exposição. Vá, a despachar que daqui a pouco já não há! Acaba dia 20... sim, dia 20. O quê?! Tão pouco tempo?! E o que queriam vocês?! Isto não é o CCB, pá! Vá, a despachar!

Momento "Ponham os olhos nisto!"

Aqui há uns dias mostrei um vídeo da Quercus atulhado da boçalidade campónia que caracteriza, aliás, grande parte da população portuguesa, onde se apelava, entre outras coisas, a suster os gases intestinais sob pena de aumentarmos inusitadamente o degelo das calotes polares. Pois é meus eco-parvalhões, sabiam que há maneiras bem mais inteligentes de fazer passar mensagens "verdes" sem usarem a palavra "bufa"? Já que não são homenzinhos o suficiente para abordarem petroleiros nem paralisarem aeroportos ficam aqui com um exemplo do que se pode fazer usando as vossas cabecinhas oleosas sem insultarem a inteligência das pessoas:


by The Blue Man Group

Benfiquismos e Sportinguismos

Camacho desistiu. Paulo Bento não. Camacho deixa a Luz com o Benfica em 2º lugar. Paulo Bento fica em Alvalade com o Sporting em 5º e com possibilidades de descer ao 6º ainda hoje. Camacho achou que não tinha condições para continuar. Paulo Bento continua a achar que tem todas as condições para continuar a lutar pelos objectivos que lhe restam.
E tem toda a razão. Tem toda a razão porque conhece a capacidade de luta e de entrega dos seus jovens jogadores. Já Camacho sabe mais que ninguém que se houvesse uma briga de taberna entre ele e um grupo de arruaceiros apenas poderia contar com Rui Costa para o ajudar já que o mais certo seria uma debandada geral, qual manada de gnus em pânico (sim, gnu quer dizer Bynia).

Numa altura em que praticamente não faz sentido falar em "amor à camisola" é importante falar em espírito de sacrifício e entrega. Paulo Bento sabe que pode contar com o seu balneário. Camacho sabe que não pode contar com o seu. Por isso saiu. Saiu porque o benfiquismo dos seus dirigentes não conseguiu passar para os seus jogadores. Já Paulo Bento, assumido benfiquista, é um dos maiores sportinguistas que o mundo já viu nascer, e conseguiu, e consegue, transmitir isso aos seus jogadores: "Esforço, dedicação, devoção e glória". Ou pelo menos grandes esperanças.

domingo, março 09, 2008

Parecendo que não...

Este blog cumpriu dois anos de vida há precisamente um mês, dois dias, duas horas e dezassete minutos atrás.
Nem se deu por isso, vejam só.

Parabéns a nós.

sábado, março 08, 2008

Espreitadela

Olá.
Não, não morri.
Não, também não estive no hospital.
Não... Não fui preso.
Ainda aqui estou, mas sem tempo nenhum para abrir a taberna nem para visitar a vizinhança.
Aos dois ou três que aqui vêm, as minhas desculpas.
E já agora que aqui estou aproveito para vos dar música.



The Levellers - This Garden