Gosto de futebol. Não daquela forma que faz com que não descole os olhos do ecrãn cada vez que dá um jogo mais ou menos interessante, ou que me faça comprar jornais desportivos para saber os resultados até dos campeonatos regionais. Mas gosto de bom futebol. Admiro o bom futebol. O estádio cheio, as claques em côro, as nuances tácticas de um treinador que sabe o que faz, os golpes artísticos do jogador que um dia descobriu que o seu objectivo de vida é a baliza adversária. E cada vez que falo nisto, aparece alguém, porque há sempre alguém assim, que diz que o futebol é um jogo estúpido, praticado por pedreiros cujo objectivo é enriquecerem cedo e não sei mais o quê. O futebol-desporto transformou-se no futebol-indústria, muito por culpa dos tempos que correm, onde o talento não se mede pelas frustrações adversárias mas pela conta bancária e contratos publicitários. Não podemos ter as vistas curtas e despejar argumentos anti-futebol a torto e a direito só porque não se gosta do desporto. Sim, as camisolas de qualquer clube são feitas na Indonésia à conta de trabalho infantil, é triste e é verdade, mas as teclas deste computador, e de muitos outros, provavelmente também saíram das frágeis mãos de um miúdo de 6 anos e não é por isso que deixo de lhes tocar. Isso é outro problema, não tem a ver com o desporto em si. Há corrupção no futebol, pois há. Apontem-me uma Câmara Municipal onde não haja. Tem coisas boas e coisas más, como tudo na vida que é de criação humana. O problema é mesmo esse: a condição humana. Não somos perfeitos, mas inventámos um jogo onde podemos sê-lo. Basta desviar aquela bola do alcance daquele guarda-redes que teima em defender tudo e mais alguma coisa. Simples. Tudo isto para dizer que gosto de Futebol e culpo sem reticências o senhor da imagem. Eric Cantona. Também tinha outros talentos, eu sei, como o karaté, mas no futebol... Simplesmente genial. Saudades.
A foto não é minha, mas não me importava. Quantos é que podem dizer que têm uma fotografia autografada de Deus?
A foto não é minha, mas não me importava. Quantos é que podem dizer que têm uma fotografia autografada de Deus?
3 comentários:
Vim até cá agradecer o link para o meu pagode e ver o que por cá se escreve.
Obrigado e link retribuído na Zona Franca
O Cantona não era mauzito, não. Mas chamar-lhe Deus é um sacrilégio. Deus mete-se na coca e chama-se Diego Armando.
Obrigados ao fred e ao adriano. Esse também não era mauzito, mas nunca gostei muito do futebol latino, nem achava grande piada ao Pibe... Mas era bom era. Dos melhores.
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