quinta-feira, janeiro 11, 2007

Mais cidadania?!

Li, no Corta-Fitas, que o Blogue do Não vai lançar um livro que contém argumentos que, supostamente, nos vão convencer a votar Não no referendo relativo à despenalização do aborto. Já aqui tinha abordado esta temática e, a poucas semanas do dito sufrágio, não me parece de todo despropositado voltar ao assunto.

Pelos vistos a malta do Não! anda verdadeiramente empenhada nesta luta. Lançam livros, mandam postaizinhos todos catitas para casa, aparecem na televisão... Existem 15 movimentos "cívicos" pelo Não! e apenas 5 pelo Sim!. O que me leva à pergunta: mas afinal onde andarão os liberais?
Querem mesmo saber? Os liberais, aquela gigantesca massa que irá votar Sim! em Fevereiro estão em casa. Em casa, pois. Não querem dar a cara. Têem vergonha que o mesquinho povo português pense que já abortaram ou pensam fazê-lo num futuro próximo. Não querem dar a cara porque a filha, a irmã ou a mulher viu-se obrigada a fazer um aborto clandestino e morreu devido à falta de condições. Não querem dar a cara por já terem recorrido a Espanha ou à garagem da vizinha enfermeira reformada e sofrem em silêncio. Não querem, nem podem dar a cara, porque já recorreram a um aborto clandestino e estão presas numa minúscula cela ao lado de verdadeiras criminosas, como se o calvário subsequente aos seus actos não fosse pena suficiente.

Pensarão os iluminados conservadores que um aborto, por mais bem feito que seja, não deixa mazelas? Deixa, sim. Tanto físicas como psicológicas. Mazelas das quais nunca se chega a recuperar totalmente. Agravando-se a situação quando é feito numa qualquer garagem.

Pensarão os doutos senhores do Não que qualquer mulher seja capaz de recorrer a um aborto de ânimo leve? Não, meus caros. O aborto contraria o mais básico dos instintos da mulher, e, por mais que forte que seja o seu espírito, ressentir-se-á. Mais tarde ou mais cedo.

Pensarão os respeitáveis senhores de família que irão votar Não que as prácticas abortivas diminuiraão se vencerem? Duvido muito. O estilo de vida do século XXI não permite. Nem as violações. Nem a eterna crise económica e a elevada taxa de desemprego.

Infelizmente, a conjuntura sócio-económica das famílias do século XXI não permite que estas possam crescer naturalmente. Ou seja, este frenético estilo de vida do século XXI não permite sequer um nascimento não planeado e sem a mínima ponderação. Essa é que é a verdade.

Se vai dizer Não à interrupção voluntária da gravidez.
Diga também Não à dignidade e à saúde da mulher.
Diga também Não ao direito à vida da mulher.


Muito mais há para dizer, mas fica para outra vez. Até breve.

2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

E depois de um comentário publicitário no teu post, sinto que devo realizar um comentário mais pessoal e livre de ambiguidades como o anterior.

De facto os seguidores do Não de certeza absoluta que nunca pensaram nas consequências, de certeza que nunca lhes bateu à porta a possibilidade deles ou alguém muito próximo deles ter de fazer um aborto, seja porque razões forem.

E ainda mais, um aborto custa 200 contos feito em Espanha, com todas as condições médicas e mais algumas, com todos os exames efectuados, que assegurem a boa saúda da mulher. Mas meus caros! De facto a pressão psicológica para a mulher é algo que não passa! Nem fazem mínima ideia do que é ter de passar por algo tão intrusivo sozinha.

Se realmente o aborto for legalizado em Portugal não se devem preocupar com o facto das mulheres tomarem isso como "método contraceptivo" mas antes, deverão preocupar-se em não fechar as portas a todas as mulheres, cobrando elevadas quantias pelos abortos... sendo Portugal como é, o tradicionalismo terá sempre de meter a unha seja de que forma for!