As campanhas e movimentos "cívicos" pelo Não à legalização do aborto enchem-me de raiva e, ao mesmo tempo, de pena por essa massa populacional portuguesa. Bem sei que é impossível agradar a toda a gente, e seja qual for a proposta apresentada sobre qualquer assunto, e por mais vantagens que traga, hão-de haver sempre vozes discordantes. Não sou mulher, nem nunca tive de fazer viagens relâmpago a Badajoz com a minha namorada (até porque nem tenho namorada), mas parece-me absurdo o argumento conservador de "ter que se respeitar a vida". Simplesmente porque são os mesmo conservadores que apoiaram Barroso, Portas, Bush e Blair durante a cimeira dos Açores quando se preparava a guerra ao Iraque. Isso é que é respeitar a vida?!
Acabei de ouvir uma dessas personagens dizer na televisão que se a despenalização do aborto for para a frente "Portugal morre de velhice porque não há novos nascimentos". Mas isto está tudo maluco ou quê? Lá por não ser crime não acredito que todas as mulheres que engravidem abortem. Como é óbvio nunca abortei, mas julgo que a pílula ou o preservativo são muito menos dolorosos que o aborto. A estes senhores pelo Não! gostava de deixar aqui uma mensagem:
Pensem bem naquilo que dizem. Se querem convencer a maioria dos portugueses que abortar é feio usem argumentos consistentes e não insultem a nossa inteligência, por favor. Já sabemos que a Ciência está do lado do Sim! e a Igreja, a bendita Igreja, a milionária Igreja, a Igreja da Inquisição e das Cruzadas, é aliada do Não!. Os dados estão lançados. Que ganhe o melhor.
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