sexta-feira, agosto 31, 2007

Something stirs in the shadows...

"De que serve terra à vista se o barco está parado?"
P. Abrunhosa

* * *


As revoluções começam na pessoa, no indivíduo, no sujeito. As revoluções não são presidentes depostos, nem reis decapitados. As revoluções são um olhar, uma ideia, um conceito que se cria na mente de um indivíduo que o faz querer mudar a realidade em que vive. E é aí, no preciso momento em que esse conceito se cria, que começa a revolução. No entanto, é o passo seguinte o mais difícil. Desengane-se quem pensa que o primeiro passo é o mais complicado de dar. Se já viu uma criança começar a andar deve saber que há muitos primeiros passos, mas só a partir do segundo é que podemos dizer que a criança realmente anda. É o equilíbrio, sim. É o equilíbrio e a coragem de tentar repetir o primeiro gesto que move a criança. Assim o é também com as revoluções. Tenham elas o intuito de libertar um povo da opressão, ou tenham o, aparentemente simples, intuito de libertar uma pessoa dos grilhões que a prendem ao seu modo de vida, aos seus vícios, às suas paranóias mundanas, enfim, a si mesmo. Uma revolução é uma revolução. Seja colectiva ou individual tem o mesmo significado, tem o mesmo princípio e, no fundo, tem o mesmo fim: a liberdade. Liberdade relativa, e socialmente aceite, mas liberdade, sem dúvida. E qual é, afinal, esse segundo passo, tão difícil de dar? Resposta tão simples que parece complicada de tão simples que é: o segundo passo é agir. Mudar. Transformar. Alterar. Transmutar. Modificar qualquer coisa. Por mais simples e insignificante que possa parecer essa coisa, mudá-la, é o nosso segundo passo. Seja ele deixar de fumar, começar a fazer exercício físico ou simplesmente começar a cumprimentar toda a gente na rua, é o passo mais importante. Porquê? Porque mudamos uma atitude. E nós somos as nossas atitudes porque as atitudes pressupõem uma personalidade, uma personalidade única, e essa atitude que mudamos, a primeira atitude que mudamos, é a perfeita imagem dos ideais da nossa revolução. É como o negativo da nossa revolução. É o embrião da nossa revolução. Seja ela, como já disse, colectiva ou individual.

Primeiro iluminam-se as mentes, depois inflamam-se os espíritos, junte-lhe uma pitadinha de coragem para agir e em breve terá a sua revoluçãozinha. Atenção, porque é preciso combinar estas três coisas muito bem já que com uma por si só não conseguirá nada.

E aqui está o meu primeiro passo. Já com balanço suficiente para o segundo, mas é apenas o primeiro.

Fotografia e texto: L. Romudas

4 comentários:

Anónimo disse...

Carissimo:
Esta minha interpelação nada tem a ver com revolucionários.
Era apenas para dizer que a sua password acabando em 69 e dizendo ser esse o seu número "gold" nada tem a ver com a realidade.
Um 69 obriga aos 2 a concentrarem-se no que estão a desejar um ao ou outro ... e assim ninguem se vem.
Aconselho a nao se entusiasmar muito pelo número 69.

L. Romudas disse...

Esta conversa (comentário) faz-me lembrar uma finta do Cristiano Ronaldo... Não percebi nada do que aconteceu...

Ana Dionísio disse...

....ah ok....que comentários são estes? Isto é real ou completamente fora de contexto?! Bem, passando ao que interesa...

Texto excelente sobre Revolução. Não há evolução sem revolução. Não há ordem sem caos. Não há...O passo mais difícil é mesmo passar para a acção, mas só o facto de se ponderar mudar é já muito bom, é sinal de vontade e espírito de iniciativa. Agir é a continuação corajosa disso.
bjs

L. Romudas disse...

Sim, Ana, aquele nosso amigo saiu um bocado do contexto e continuo sem saber do que está ele a falar. Enfim, obrigado pelas palavras simpáticas:)

Bejo pa Beja**