quinta-feira, janeiro 31, 2008

As últimas fitas de 2008 - Parte I

2001 Odisseia No Espaço - Esté é o derradeiro, ainda que seja um dos primeiros (1968), filme de ficção científica. A incrível aventura da existência da Humanidade, desde a primeira ferramenta à descoberta de vida extraterrestre inteligente e viagens espaciais. Antes de mais há que referir o nome de Kubrick. Stanley Kubrick, ganha com este filme definitivamente lugar no panteão dos meus realizadores favoritos. Não posso esquecer a cena em que o homo sapiens (estranhamente parecido com o Chewbacca) descobre que pode usar um osso como arma ou ferramenta, e a fabulosa passagem repentina para a era espacial. Há quem diga que é um filme aborrecido e tem muita razão. É um filme aborrecidíssimo para quem não gosta de pensar e reflectir nas origens e nos destinos do Homem. É um filme aborrecidíssimo para quem pouco mais vê além de blockbusters. Não é um filme fácil, não senhor, mas é muito, muito bom.
Leva, portanto, 4.5 em 5.

A Estranha Em Mim - A história é boa sem ser genial e a realização é competente sem ser brilhante, com excepção de um dois momentos onde sentimos na própria pele o terror psicótico que Erica Bain (Jodie Foster) sente ao tentar fazer coisas aparentemente vulgares como sair à rua ou mesmo abrir a porta de casa. Depois disto parece um jogo do Manchester United: só dá Cristiano Ronaldo, que no caso deste filme encarna Jodie Foster. Se já viram Sala de Pânico ou Pânico A Bordo devem saber do que estou a falar. A rapariga, que se diz ser a mais inteligente de Hollywood, é exímia em fazer papéis depressivo-psicóticos. Aquele esboço de sorriso de quem está a morrer por dentro, os olhos azuis muito abertos de assombro...
Foster não salva o filme porque não precisa de ser salvo, só por si é bom, mas dá-lhe aquele toque que só ela sabe dar e por isso leva 3.5 em 5 pontos possíveis.

Taxi Driver - Já se escreveram tantas linhas sobre esta magnfíca (mais uma) obra de Scorcese e sobre a prestação genial (mais uma) de De Niro que não vou acrescentar nada de novo, diga o que disser. Martin Scorcese faz aquilo que melhor sabe: pega em factores sociais de uma determinada época, junta um actor fabuloso a uma personagem tipo anti-herói, mistura uma boa história, mexe bem e finalmente serve-nos tudo bem crú e suculento. Parece fácil.
Há que referir também, não podia deixar de o fazer, Jodie Foster, a prostituta de 12 anos que precipita e detona toda a psicose latente em Travis Bickle (De Niro).
Em resumo, um clássico intemporal, uma obra fantástica que junta três dos maiores nomes de Hollywood ainda em início de carreira e que com este Taxi Driver marcaram definitivamente a história do cinema.
5 em 5. Sem dúvida.

A título de curiosidade fica aqui a clássica deixa do "Talking to me" em frente ao espelho. Sabiam que isto foi um improviso de De Niro em que Scorcese nada fez para além de deixar a câmara a gravar? Genial.


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