terça-feira, janeiro 29, 2008

O maior envenenamento de sempre

A cruz suástica foi usada pela primeira vez algures no Neolítico, 12.000 a 4.000 AC, e significa, etimologicamente, "pequenas coisas que trazem um bom viver/ser". Nascida do sânscrito svastika, uma língua que morreu muito antes de Hitler imaginar Auschwitz, durante milénios foi usada em rituais religiosos e enfeitava sagradíssimos templos e casas desde a Índia à América do Sul, passando pela antiga Roma. Símbolos semelhantes foram encontrado em objectos provenientes das Idades do Ferro e do Bronze, no Cáucaso. Este símbolo, está, portanto, connosco desde a alvorada da humanidade, e não apenas desde 1933 com o Terceiro Reich. Não se sabe ao certo como viajou tanto: Índia, Escandinávia, China, Médio Oriente e América Central e do Sul. Seria extremamente díficil aos hindus contemporâneos dos astecas fazer-lhes passar uma mensagem, fosse ela qual fosse. E vice-versa, claro. Primeiro porque nem sabiam da existência uns dos outros, e depois porque após a tragédia do Titanic e do Concorde as viagens trasatlânticas ficaram seriamente comprometidas. Mas há teorias. Uns dizem que a simplicidade intuitiva do símbolo fez com que tivesse nascimentos e crescimentos paralelos em vários locais diferentes e sem contacto mútuo, tipo Intendente e Quinta da Marinha. Já Carl Sagan, baseando-se num antigo manuscrito astronómico chinês, diz que algures na história do Mundo surgiu um cometa cujos jactos de gases, influenciados pela própria rotação, se tornaram visíveis, dando assim origem a algo parecido com a suástica.

A verdade é que, com cometa ou sem cometa, a suástica, ou cruz gamada, nasceu e espalhou-se. Budistas, gregos, parsis, celtas, aztecas, jainistas, navajos, zoroastros, kunas, pré-cristãos e até um batalhão de infantaria dos Estado Unidos da América usaram a suástica ou variações dela, com significados que vão desde "movimento entre povos" a "boa sorte", e nunca, mas nunca passando por sinónimos de "supremacia" ou "ariana". Houve uma altura na História do Homem em que a suástica era mais vista que a cruz de cristo, que o crescente e que a estrela de davi o são hoje em dia. Foi preciso aparecer um badameco com um bigode ordinário e um fetiche por judeus queimados para corromper mais de 6.000 anos de história. Que cabrão!


Para saber mais, não hesite, use a Wikipedia.
Imagens e algumas informações cedidas por Wikipedia.

Nota: Nenhuma das insígnias aqui presentes representa o nazismo, Hitler, Himmler, nem tampouco Eva Braun, e nada têm a ver com a temática do holocausto, ou anti-semitismo, e valores subjacentes. Sim, tenho o cabelo muito muito curto, mas botas de biqueira de aço e suspensórios não se coadunam com o meu estilo de intelectual de esquerda.

3 comentários:

L. Romudas disse...

Não consigo olhar para a última suástica e não ver ASAE em vez ASEA.

Eleanor Rigby disse...

xiii a comentar o proprio blog, brutal xD
Epa continuo com a minha de que o filho do Aurélio é burro e nem sequer sabe da ligação da cruz com nada disto ou com o Nazismo...

Ana Dionísio disse...

Que textão! Não sabia que a cruz suástica vinha de tão longe e com tão diferente significado....o que passa na cabeça de um homem para fazer uma coisa dquelas, para se achar superior a outros que como ele só são isso mesmo...homens!