segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Morte de um miliciano, por Robert Capa

Hoje acordei a lembrar-me desta fotografia. Foi tirada por Robert Capa em 1936, enquanto cobria a Guerra Civil Espanhola. Capa acompanhava a milícia republicana, quando subitamente um dos paramilitares foi atingido por uma bala franquista. Durante muito tempo pensou-se que a fotografia havia sido encenada, prática muito comum em fotojornalismo de guerra que reduz de sobremaneira os riscos para as equipas de reportagem. No entanto um historiador espanhol identificou-o como sendo Federico Borrell García, morto no dia 5 de Setembro de 1936 durante um confronto com as tropas nacionalistas de Franco. Federico foi, aliás, a única vítima mortal dessa escaramuça. Por milagre, o soldado que o matou não era o único a apontar-lhe a mira: Capa também estava atento ao miliciano.

Além da Guerra Civil Espanhola, Robert Capa cobriu também o desembarque dos Aliados na Normandia a partir da praia de Omaha, os bombardeios de Londres e a libertação de Paris na Segunda Guerra Mundial, bem como a Guerra Civil Chinesa e a Primeira Guerra da Indochina. Foi precisamente no conflituoso sudeste asiático que pisou uma mina e morreu. Quando o encontraram tinha uma perna feita em pedaços, uma enorme ferida no peito e na mão ainda segurava a sua máquina fotográfica.

Além disto tudo, merece todo o meu respeito e admiração simplesmente porque durante algum tempo as suas mãos trocaram a máquina fotográfica por isto:

Ingrid Bergman.
Não era parvo, não senhor.

1 comentários:

Anónimo disse...

O Capa eh o maior! =P

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