Escrito por Gil Vicente em 1528, tem sido representado pelo CENDREV no mês de Setembro pelo distrito de Évora afora e, claro, calhou também a Arraiolos. Fotografei-o (o Auto) de cima abaixo, com uma ou duas pausas para reposição dos níveis de nicotina, de modos que não perdi muita coisa. E mesmo assim não consegui perceber patavina do que se passava em palco. Muito melhor entendi o que diziam as ciganas em castelhano do que as outras personagens em português medieval. Não me interpretem mal, gosto muito (pronto, muito não, mas alguma coisa) de teatro e de Gil Vicente - que cheguei a representar em petiz - mas infelizmente no século XXI, as peças do nosso Shakespeare sofrem de uma espécie de Princípio da Incerteza de Eisenberg: ou nos deixamos inebriar pela musicalidade das palavras debitadas pelos actores, ou tentamos entendê-las. E, a menos que sejamos catedráticos nas artes cénicas ou em literatura arcaica portuguesa, é pouco provável que consigamos encadear a verborreia vicentina da forma natural como encadeamos o que é dito num Telejornal, por exemplo.
Sou um ignorante, uma rude criatura campesina de pouco tacto, um verdadeiro energúmeno trazido até vós pelas misteriosas artes da Providência, dirão alguns. Já outros olharão para esta conversa (a expressão "olhar para esta conversa" é bonita, não é?) e perguntar-se-ão: Gil Vicente? Petiz? Einsenberg? Verborreia? Mas que raio está este gajo práqui a dizer?!
Enfim, gosto me de me manter no meio de dois mundos, tirando o que preciso de um e de outro. Assim tenho legitimidade para ler tanto a Bola como o Jornal de Letras.
E com isto tudo afastei-e do que vos queria mesmo dizer. As fotografias do Auto da Festa estão no sítio do costume. Não há fotografias do pastor e das pastoras, as últimas personagens da peça, por duas razões: não me apeteceu tirar-lhes fotografias (a caracterização era demasiado normal) e depois descobri que são personagens que não entram na história, que foram criadas apenas para elogiar o dono da casa onde se representa a peça, coisa muito usual em peças originalmente feitas por encomenda. Outra nota sobre as fotos é que o nome das personagens pode não estar correcto. Como vos disse não percebi nada, portanto tive que pesquisar um pouco e tentar fazer as correspondências.
Tanta conversa por meia dúzia de fotos... Quem pensarei eu que sou? Bresson? Capa? Leibovitz?
Alguém que me dê uma chibatada por favor.
Sou um ignorante, uma rude criatura campesina de pouco tacto, um verdadeiro energúmeno trazido até vós pelas misteriosas artes da Providência, dirão alguns. Já outros olharão para esta conversa (a expressão "olhar para esta conversa" é bonita, não é?) e perguntar-se-ão: Gil Vicente? Petiz? Einsenberg? Verborreia? Mas que raio está este gajo práqui a dizer?!
Enfim, gosto me de me manter no meio de dois mundos, tirando o que preciso de um e de outro. Assim tenho legitimidade para ler tanto a Bola como o Jornal de Letras.
E com isto tudo afastei-e do que vos queria mesmo dizer. As fotografias do Auto da Festa estão no sítio do costume. Não há fotografias do pastor e das pastoras, as últimas personagens da peça, por duas razões: não me apeteceu tirar-lhes fotografias (a caracterização era demasiado normal) e depois descobri que são personagens que não entram na história, que foram criadas apenas para elogiar o dono da casa onde se representa a peça, coisa muito usual em peças originalmente feitas por encomenda. Outra nota sobre as fotos é que o nome das personagens pode não estar correcto. Como vos disse não percebi nada, portanto tive que pesquisar um pouco e tentar fazer as correspondências.
Tanta conversa por meia dúzia de fotos... Quem pensarei eu que sou? Bresson? Capa? Leibovitz?
Alguém que me dê uma chibatada por favor.
1 comentários:
Obrigado pelos esclarecimentos lol é que eu também não percebi nada. Não sei se era da chuva, se era da falta de som ou do excesso de minis, não sei não...
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